terça-feira, 31 de maio de 2011

"DIEU DÉSIRE DU BIEN AUX FOUS"




Corria o agora distante ano de 1987. Havia se passado pouco mais de nove meses desde minha defesa de Mestrado no Instiuto de Física "Gleb Wataghin" da UNICAMP. Motivado por novos desafios, havia retomado o estudo da língua francesa, continuava a estudar viola e compunha a Orquestra Sinfônica jovem de Campinas e, ..., sem que eu próprio esperasse, estaria namorando no final daquele ano.
Foi um ano pródigo! Meu pai realizou seu velho sonho de voltar às suas origens baianas, levando toda a família numa inesquecível viagem rodoviária Brasil adentro até os rincões da Bahia e de sua cidade natal, Igaporã. Neste ano publiquei meu segundo livro: um livro de contos fantásticos pela extinta editora Palavra Muda. Reuni alguns contos que havia escrito de forma dispersa nos anos anteriores. Como não havia ninguém para apresentar a obra, resolvi abrir o livro com um poema em francês de minha autoria. Porém, escrevi-o sob o pseudônimo de Marie Celèstine D'Anécie.
Dedico a reapresentação deste poema a uma época em que reinava ainda a descontração, o frescor da juventude e a insaciável busca pelo conhecimento.
Voilà ...

"God Save the Queen"

Pourquoi?
La phrase correcte doit être:

"Dieu désire du bien aux fous"

Fous? Pourquoi?
Parce que la folie
obscurcie la réalité,
de la tristesse et de l'agonie.
Aliénation au dedans de
l'aliénation de la notre
routininiére existence.

"Dieu désire du bien aux fous"

Non ces fous se soumettent aux
chocs ou les drogues.
Mais, ces libres dans les
tournants de la vie;
ceux, victimes des railleries
des ignorants;
ceux, dont le monde
s'entrecroit avec le nôtre

"Dieu désire du bien aux fous"

(Marie Celestine D'Anécie. Em: Danhoni Neves, M.C. (macedane) Estórias do Inexistir . Campinas: Palavra Muda, 1987, 76p.)